sábado, 11 de abril de 2009

O Terrário

Quando se compra uma cobra, esta é geralmente pequena, mas não nos podemos esquecer de que, com o tempo, esta cresce. A maioria dos colubrídeos não atinge grandes dimensões, ainda assim, convém pensar a longo prazo

Um terrário não precisa ser maior do que o comprimento da cobra, precisa apenas de ter espaço suficiente para que esta se movimente sem dificuldade, uma questão de bom senso.
Há várias opiniões quanto ás dimensões adequadas para cada espécie que serão discutidas em pormenor em artigos posteriores. No que toca à decoração, para a maioria das espécies, o básico é muito simples: Um ou dois esconderijos (segurança e privacidade são muito importantes para uma cobra), água, uma superfície rugosa e pouco mais. O fundamental é que seja prático, fácil de limpar e que não ponha a cobra em perigo de ficar presa, que não tenha nada tóxico ou que esta possa engolir inadvertidamente e que seja impermeável a fugas (tendo evidentemente condições de ventilação). Algumas espécies são arborícolas ou semi-arborícolas e nestes casos o espaço vertical torna-se importante. Um terrário mais alto com alguns troncos ou lianas para cobra se pendurar quando quiser, alem do básico, são recomendados. A fonte de calor deve estar colocada de forma a abranger um terço do espaço do terrário. No lado oposto deve-se colocar o recipiente com a água.

Deste modo a cobra pode efectuar a termo-regulação. Se estiver com frio, desloca-se para a zona mais quente, junto à fonte de calor, se estiver quente demais desloca-se para a zona mais fria, ou em casos extremos pode ir para dentro de água. Também é conveniente ter dois esconderijos, um na parte quente do terrário, outro na parte fria, para que a cobra não tenha de escolher entre a temperatura ideal e a segurança. Estes esconderijos encontram-se à venda, em diferentes formas, cores, materiais e tamanhos, mas para uma cobra pequena, qualquer coisa como um rolo de papel higiénico ou de cozinha cortado ao meio serve de abrigo e quando adultas, uma caixa de plástico, onde se recorte uma entrada suficientemente espaçosa para o animal, também serve perfeitamente.

O recipiente para a água deve ser suficientemente grande para que a cobra possa entrar completamente, mas não muito fundo, para que não se afogue. Convém ser pesado, com uma base larga, para que a cobra não o vire ao entrar e sair, inundando o terrário, uma vez que humidade em excesso pode causar sérios problemas de saúde para a cobra.

A higiene do terrário é fundamental para evitar o aparecimento de parasitas, ácaros e infecções na cobra. As cobras são animais limpos, mas, evidentemente se o terrário não for limpo regularmente deita cheiro. Existem muitos tipos de substratos disponíveis actualmente. Todos têm os seus prós e contras. O mais prático, mas menos bonito é o papel de cozinha ou jornal. Para um efeito mais bonito, pode-se usar desde areia (disponível em varias cores), a casca de árvore, lascas de madeira entre outros, de acordo com a preferência de casa um. Seja qual for a escolha, uma limpeza regular é fundamental para evitar problemas de saúde. Matéria fecal deve ser retirada logo que possível e deve-se trocar totalmente todo o substrato, limpar a desinfectar o terrário a fundo pelo menos mensalmente. Existem também vários produtos específicos para limpeza e desinfecção de terrários no mercado mas também se pode utilizar uma solução muito diluída de lixívia.

Nunca é demais frisar a importância de limpar posteriormente com água limpa, pois a lixívia pode prejudicar a cobra. Por fim, apesar das cobras não precisarem de comer diariamente, bebem água com frequência portanto esta deve ser mudada com regularidade (de preferência todos os dias) e o recipiente limpo.